Reiner Tenente é um anjo em musical

Após o sucesso em São Paulo, MPB – Musical Popular Brasileiro chega ao Rio. Dirigido por Jarbas Homem de Mello, o musical conta a história de uma filial de uma multinacional brasileira na expectativa da visita de seus investidores estrangeiros ao país. Para impressionar os gringos e estimulá-los a investir ainda mais na nossa “terra brasilis”, a empresa decide preparar um grande espetáculo mostrando aquilo que, acreditam eles, o Brasil tem de melhor: sua música e sua gente. Só que, às vésperas da tão aguardada estreia, o diretor do espetáculo, Dino (Marcelo Góes), tem um piripaque e fica entre a vida e a morte.

No elenco está o ator Reiner Tenente que repete o sucesso com Jarbas, com quem já havia trabalhado em “Cantando na Chuva”. No musical, Tenente é Gero, um anjo caído que, junto com outro anjo fugido do inferno, o Jura (Érico Brás), conhece Dino e lhe garante o retorno à Terra. Em troca, o diretor precisa montar, em tempo recorde, um grande espetáculo musical, com as estrelas da MPB que foram dessa para a melhor, para impressionar Deus e assim garantir o lugar dos dois malandros no céu.

– Gero é um ser em transição, fugindo do inferno para tentar chegar ao céu. Ele é ingênuo, mas, ao mesmo tempo, quando percebe as situações ao seu redor, desenvolve rapidamente uma malícia, muitas vezes influenciado pelo parceiro, o Jura, que é um grande malandro, um cara que sabe tirar proveito de várias situações, inclusive é por isso que eles vão parar no inferno – explica.

Segundo o ator, para construírem o lado cômico da dupla, ele e Érico buscaram inspirações em duplas como Oscarito e Grande Otelo e ‘O Gordo & O Magro’, já que o musical é baseado no teatro de revista. “Érico é um artista extremamente criativo e generoso, se joga muito em cena, por isso é muito divertido fazer esse trabalho com ele. E, à medida que vamos entrando em temporada, fazendo apresentações, aumentamos essa química e esse jogo em cena”.

Reiner tem uma longa carreira no teatro musical. Entre suas experiências teatrais, além de Cantando na Chuva e MPB, estão os espetáculos “Roda Viva”, “Tip e Tap ratos de sapato”, “Tim Maia – Vale Tudo – O musical”, “O Grande Circo Místico” e “Bilac vê estrelas”. Com autoridade de quem possui um currículo repleto de grandes produções, ele elenca as principais diferenças entre fazer um grande clássico, como Cantando na Chuva, e um projeto autoral e brasileiro, como MPB:

– Sair do Cantando na Chuva e ir para o MPB tem uma grande diferença. O Cantando na Chuva vem com um material que já foi criado anteriormente que dá uma segurança para gente, mas, ao mesmo tempo, a exigência física e técnica do sapateado, da questão do fôlego, é imensa. No caso do MPB, já é algo desenvolvido do zero, um projeto autoral, o que, por um lado é bom, pois você tem uma liberdade de elaborar, de se colocar artisticamente de uma outra forma, porém, tem o lado da insegurança de estar fazendo um espetáculo desses pela primeira vez, com os desafios inerentes de interação com a plateia e do que tentar ou não tentar no palco – compara.

Em paralelo à MPB, Reiner comemora os cinco anos do CEFTEM (Centro de Estudos e Formação em Teatro Musical), fundado em 2013, que ganhou sede própria no bairro da Glória (RJ), em junho deste ano, e que foi apadrinhado pela atriz Claudia Raia e pelo diretor João Fonseca.

MPB – Musical Popular Brasileiro está em cartaz às sextas e sábados, às 19h, e domingos, às 18h, no Teatro Sesc Ginástico, Centro (RJ), até 9 de setembro.

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