‘POR TRÁS DAS FLORES’, PEÇA COM HELENA RANALDI E MARTHA MEOLA, ESTREIA NO ITAÚ CULTURAL (SP) EM SETEMBRO

No próximo dia 12 de setembro, quinta-feira, às 20h, no Itaú Cultural, em São Paulo, estreia , direção de Marcelo Lazzaratto e texto de Samir Yazbek. A temporada de “Por trás das flores” ocorrerá até o dia 22 de setembro, sempre de quintas-feiras a sábados às 20h, e domingos às 19h.

O cenário e a iluminação são de Marcelo Lazzaratto e os figurinos são de Juliana Bertolini. A direção de produção está a cargo de Jéssica Rodrigues e a realização do Itaú Cultural.

ARGUMENTO

“Por trás das flores” aborda, por meio de uma linguagem poética que ultrapassa o realismo, a relação entre uma Filha (Helena Ranaldi) e uma Mãe (Martha Meola).

Localizada no Norte do Líbano, mas também na imaginação da Filha, a ação da peça acompanha a tentativa de a Mãe convencer a Filha a voltar para o Brasil e viver entre os seus.

Contrapondo tradição e modernidade, a história enfatiza as diferenças entre a cultura libanesa e a brasileira, além de revelar o abismo que separa o mundo de hoje daquele de meados do século XX, quando a Mãe migrou para o Brasil.

O diálogo faz aflorar as subjetividades dessas duas mulheres tão próximas e tão distintas, numa relação que ressalta aspectos psicológicos, sociais e míticos.

A ENCENAÇÃO

Segundo Lazzaratto, “o espetáculo apresenta como espaço único em que ocorre a ação, um quarto de uma antiga casa no Líbano. A encenação optou por manter apenas três elementos essenciais para configurá-lo: um tapete, um baú e um vaso com uma muda de Cedro-do-Líbano. Essa opção sintética, aposta no ‘jogo’ entre as atrizes para configurar as paisagens libanesas, anseio da Filha; o cotidiano no Brasil, desejo da Mãe; e todas as outras imagens advindas de suas memórias”.

Sobre o cenário, o diretor acrescenta: “Há um painel atrás composto por módulos que lembram teares, como se a trama neles gerada fosse o enredo de memórias da família, memórias que transcendem a vida vivida das personagens e acessa elementos de sua ancestralidade”.

Ao detalhar os conceitos da encenação, Lazzaratto considera que “em uma abordagem psicanalítica, esse tapete intensamente iluminado, inserido em um palco como uma caixa preta, estabelece-se como sendo um espaço de consciência da personagem Filha que é visitada pela sua Mãe que surge do entorno do “tapete-consciência”, das latências de seu inconsciente”.

Para Yazbek, o texto, inspirado em suas raízes libanesas, propõe “um mergulho na psique dessas duas mulheres que, apesar de suas diferenças geográficas e temporais, elaboram seus traumas, num acerto de contas que opera a partir de arquétipos familiares, mas que faz ressoar dilemas éticos e morais que refletem a encruzilhada das visões de mundo do Oriente e do Ocidente, tão presente na formação da sociedade brasileira”.

Nas palavras do diretor, o espetáculo, ao propor uma jornada desafiadora para as personagens, é “um rito de passagem da morte à vida”. Nesse sentido, por meio da referência ao Cedro, árvore milenar libanesa, Lazzaratto sintetiza: “Vida que se manifesta através de um broto de Cedro-do-Líbano no vaso disposto no canto da cena; árvore-símbolo daquele país que possui variados significados: na Bíblia, por exemplo, ele é mencionado frequentemente como um elemento de grandiosidade e bênçãos divinas, valores muito adequados às necessidades das personagens da peça. Mesmo que elas não lhes deem a devida atenção, o broto de Cedro está ali, crescendo, anunciando um amanhã renovado”.

SERVIÇO

Local: Itaú Cultural (Av. Paulista, 149 – Bela Vista, São Paulo – SP, 01311-000).

Período: 12 a 22/09 (Quinta a sábado às 20h e domingo às 19h).

Entrada franca.

Retirada de ingressos: Uma hora antes do início da atividade, no local.

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