Damas em Trânsito dança com trilha criada na hora na Praça das Artes e na Oswald de Andrade de graça

No espetáculo de dança Partilhas Poéticas em Contato, a Damas em Trânsito e os Bucaneiros inova ao convidar quatro instrumentistas para compor individualmente a trilha sonora durante a apresentação. O resultado pode ser conferido em seis sessões gratuitasdias 1º de novembro, quinta, 16h, e dias 2 e 3 de novembro, sexta e sábado, 16h, na Praça das Artes, no centro; e dias 13 e 16 de novembro, 20h, e 17 de novembro, 18h, na Oficina Cultural Oswald de Andrade, no Bom Retiro.

Prestes a completar 13 anos, a Damas em Trânsito elege a pesquisa de investigação corporal como motor da sua nova criação coletiva. Quem conhece a trupe de Alex Ratton, Ciro GodoyClara Gouvêa, Laila Padovan e Larissa Salgado sabe que ao longo da sua trajetória o foco sempre foi descobrir maneiras inovadoras de se relacionar com o espectador em espaços não-convencionais e espaços públicos abertos da cidade e na construção da dramaturgia da sua obra coreográfica. Agora a preocupação continua a mesma, e a identidade estética da companhia ganha reforço da pesquisa do/no corpo verticalizada que durou nove meses. O público estará disposto ao redor do tatame, criando um ambiente de proximidade do olhar. “A proposta aproxima o espectador do processo de criação”, fala a criadora e intérprete do espetáculo Laila Padovan.

Cristiano Karnas (integrante da Cia Nova Dança 4) entra em cena como bailarino convidado. Ele fez a preparação corporal em contato improvisação para os três últimos projetos da companhia e é orientador de pesquisa nesta linguagem para este espetáculo.

O cantor, compositor, violonista e percussionista Luiz Gayotto; o arranjador e violinista Ramiro Murillo; o baixista e autor de trilhas sonoras para teatro e cinema Rui Barossi; e a tecladista e vocalista Sandra Ximenes participam da performance em dias diferentes. Cada um deles vai escolher e/ou compor na hora a música que vai tocar, podendo usar percussão, guitarra, sintetizador e baixo acústico, por exemplo.

Partilhas Poéticas em Contato resulta do projeto Espaço Entre, contemplado pela 23ª edição do Programa Municipal de Fomento à Dança, e visa dar continuidade à pesquisa de linguagem da companhia, que retomou seu primeiro foco de estudo, a improvisação, mais especificamente a pesquisa corporal do contato improvisação.

 

Damas fez treinamentos intensivos com a bailarina e aikidoísta Christiana Cavalcanti na técnica do kinomichi eintercâmbio com o Avoa! Núcleo Artístico, de Luciana Bortoleto, e o Zumb.boys, de Márcio Greyk, coletivos de improvisação em dança e música de São Paulo. “Sentimos necessidade de começar um novo ciclo de trabalho e fortalecer nossas bases de pesquisa corporal, transferindo um pouco o foco de questões relativas à dramaturgia ou encenação, dando ênfase na pesquisa do/no corpo”, diz o criador-intérprete Alex Ratton, responsável pela direção dos outros espetáculos da companhia.

 

O processo buscou também tirar do automático as relações e dinâmicas existentes entre os integrantes, após 12 anos juntos. O grupo convidou o professor e pesquisador Peter Pál Pelbart, filósofo húngaro radicado no Brasil, para debate sobre o seu funcionamento como coletivo, percebendo os desafios do corpo e da subjetividade de cada artista.

Ficha técnica

Núcleo artístico: Alex Ratton, Ciro Godoy, Clara Gouvêa, Larissa Salgado e Laila Padovan. Bailarino convidado: Cristiano Karnas. Músicos convidados: Luiz Gayotto, Sandra Ximenes, Ramiro Murillo e Rui Barossi. Técnicos de som: Bruno Ogibowski e Gildasio Mcfadden. Design gráfico: Renan Marcondes. Produção: Mariana Pessoa. Fotos: Clarissa Lambert.

ServiçoPartilhas Poéticas em Contato – Cia Damas em Trânsito e os Bucaneiros

Estreia: 1º de novembro, quinta, 16h. Apresentações: dias 2 e 3 de novembro, sexta e sábado, 16h. Grátis. Praça das Artes. Av. São João, 281, Centro (Metrô São Bento/ Anhangabaú). Capacidade: 200 lugares. Informações: (11) 4571-0401. www.ciadamasemtransito.com.br

 

Oficina Cultural Oswald de Andrade – três apresentações gratuitas

Dias 13 e 16 de novembro, 20h. Dia 17 de novembro, 18h. Rua Três Rios, 363, Bom Retiro, Metrô Tiradentes. Capacidade: 70 lugares. Informações: (11) 3222-2662.

GrátisIndicação etária: livre. Duração: 90 minutos.

 

 

 

Breve perfil – Cia. Damas em Trânsito e os Bucaneiros

 

A história começa em janeiro de 2006, no Bexiga. A companhia foi criada no Estúdio Nova Dança, escola onde o diretor Alex Ratton dava aulas e os integrantes se conheceram. Em comum, o interesse pela pesquisa das inter-relações entre música e dança e das técnicas do contato-improvisação e da improvisação dança-teatro como possibilidade de construção dramatúrgica do corpo e da cena.  “No começo eram quatro meninas e eu como diretor, surgiu então o nome Damas em Trânsito porque tínhamos o desejo de dançar em lugares públicos e abertos sem a divisão palco/plateia e também porque queríamos viajar. Logo depois entraram dois rapazes que resolvemos chamar de Bucaneiros para misturar com o formal Damas, mas aqui todos temos nossas porções de damas e piratas”.  Quem conhece a trupe sabe que sua proposta é atingir quem não costuma frequentar teatros, contribuindo para a formação de público através da ocupação de espaços não convencionais, propondo que o corpo criativo se influencie pela dinâmica cotidiana e pela memória que cada espaço carrega. Ao olhar para o universo pessoal dos integrantes, a companhia transforma experiências subjetivas em movimentos.

 

A criação coletiva e a pesquisa contínua em improvisação em dança e em música marcam os trabalhos. ComPuntear e o Duas Memórias, a companhia vivenciou nas apresentações de rua uma relação do espectador com a obra que se caracterizava pela possibilidade de se ter diferentes pontos de vista e de criar desenhos no espaço, delimitando de forma peculiar os locais para a dança. Assim, o espectador às vezes estava próximo ou distante da cena, ora em movimento, ora espiava, possibilitando uma relação de intimidade e outra de observador distante.Puntear (Lei Rouanet 2008) foi encenado em espaços não convencionais do Rio de Janeiro, Curitiba e São Paulo, como o Museu do Ipiranga. Inspirado na obra de Chiquinha Gonzaga, Duas Memórias (2010 e 2016) foi apresentado em pontos históricos de São Paulo (como Estação da Luz e Pateo do Colégio).  Através destes espetáculos, a companhia se deparou com diversas questões sobre o indivíduo e o coletivo; espaço privado e público; e a relação com o espectador, e se viu instigada a realizar sua primeira montagem para espaço cênico fechado. Acostumada a se apresentar em lugares públicos não convencionais, criou pela primeira vez para um espaço fechado, em Lugar do Outro (2011 e 2016). O público pode contemplar a dança de diferentes pontos de vista. Para oferecer ângulos variados ao público – distante, dentro ou de costas para a cena, a acomodação foi feita em pranchas móveis com cadeiras, que eram movimentadas sobre rodas, no 4º subsolo do Sesc Pinheiros. Com Espaços Invisíveis, que estreou no Paço das Artes da USP, ganhou o prêmio Denilto Gomes de Melhor Criação em Dança Site-Specific em 2013.

2017 (agosto/setembro) – Apresentações da perfomance de rua Caravana Citadina com a participação do Avoa!núcleo artístico, Grupo Zumb.boys, Cia de Arte do Baque Bolado e o Grupo Gestos Sonoros, nos Sescs 24 de Maio e Ipiranga.

2017 (abril) – Contemplada com o ProAc – Circulação de Espetáculos de Dança (Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo) com o projeto de circulação do espetáculo Espaços Invisíveis na Rua. O mesmo foi realizado nas cidades de Registro, Piracicaba e Bragança Paulista.

2016 (abril) – Circuito Sesc de Artes com a apresentação do espetáculo Puntear em 09 (nove) cidades do interior de São Paulo.

2014/2015/2016 – Contemplada na 17a. Edição do Programa de Fomento à Dança da cidade de São Paulo com o projeto Memórias, afetos e bicicletas, comemorando 10 anos da Cia com a realização de apresentações de todo o repertório de obras da Cia., cinco peças e um videodança, e a recriação da obra Ponto de Fuga.

2013/2014 – Contemplada na 15a. Edição do Programa de Fomento à Dança da cidade de São Paulo com o projetoSobre ruas e rios, com a realização de diversas intervenções cênicas nas ruas de São Paulo e a criação do videodança Sobre ruas e rios.

2013 – O espetáculo Espaços Invisíveis ganha o Prêmio Denilto Gomes (Cooperativa de Dança) na categoria “Criação em Dança para Espaços Específicos”.

2012/2013 – Contemplada na 13ª. Edição do Programa de Fomento à Dança da cidade de São Paulo com o projetoEspaços Invisíveis, e temporada do espetáculo de mesmo nome no espaço cultural Paço das Artes, na USP.

2012/2013 – Contemplada com o ProAc – Circulação de Espetáculos de Dança (Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo) com o projeto de circulação do espetáculo Lugar do Outro.

2011/2012 – Contemplada na 11ª. Edição do Programa de Fomento à Dança da cidade de São Paulo com o projetoO novo no conhecido para aprofundar a pesquisa dos dois trabalhos anteriores da companhia, Duas Memórias eLugar do Outro, e realizar uma nova temporada de cada um deles na cidade de São Paulo.

2010/2011 – Contemplada na 9ª. Edição do Programa de Fomento à Dança da cidade de São Paulo com o projetoLugar do Outro para realizar a montagem e circulação de um espetáculo inédito de dança.

2009/2010 – Contemplada com o ProAc – Novas Produções em Dança (Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo) com o projeto Duas Memórias, com a montagem e circulação do espetáculo Duas Memórias por espaços não-convencionais das cidades de Santos, Piracicaba e Catanduva.

2009/2010 – Contemplada na 6ª. Edição do Fomento à Dança da cidade de São Paulo com o projeto Duas Memórias com a montagem e circulação de um espetáculo inédito de dança por diversos espaços históricos de São Paulo como: Estação da Luz da CPTM; Pateo do Colégio; Largo São Francisco; Estação Brás da CPTM; e Casa das Rosas na Avenida Paulista.

2010 (janeiro) – Apresentação de Estudos para Duas Memórias no Festival Internacional de Contato Improvisação de São Paulo, na Galeria Olido.

2009 (junho e dezembro) e 2010 (junho) – Convidada para a coordenação de jams sessions no projeto Improvisodo Sesc Pinheiros, em São Paulo.

2009 (maio) – Espetáculo Puntear no 4º. Visões Urbanas – Festival Internacional de Dança em Paisagens Urbanas, realizado pela Cia. Artesãos do Corpo, São Paulo.

2008 (nov e dez) e 2009 (jan e fev) – Espetáculo Puntear em diversos espaços não-convencionais de São Paulo: Museu do Ipiranga, Casa das Rosas, Metrô Alto do Ipiranga, Estação da Luz da CPTM, Centro Cultural São Paulo e Praça Antônio Prado (centro de SP). Puntear também foi apresentado no Rio de Janeiro, Curitiba e interior do estado de São Paulo, totalizando 32 (trinta e duas) apresentações. Espetáculo resultante do projeto Por fim, novas e repetidas (Lei Rouanet).

2008 – Contemplada com o Prêmio Estímulo à Dança Paulista 2008 (Secretaria de Estado da Cultura – Governo do Estado de São Paulo) com o projeto Por fim, novas e repetidas (Lei Rouanet).

2008 (outubro) – Circuito Sesc de Artes com a apresentação da performance de ocupação de espaço Intersecçõesem 10 (dez) cidades do interior de São Paulo.

2008 (ago e set) – Criação e circulação do Espetáculo Ponto de Fuga (PAC) em São Paulo, Ribeirão Preto, Piracicaba e Santos.

2008 (set) – Espetáculo Ponto de Fuga no evento Primavera na Dança do Teatro Coletivo Fábrica, em São Paulo.

2008 (junho) – Performance Intersecções no 3º. Visões Urbanas – Festival Internacional de Dança em Paisagens Urbanas, realizado pelo SESC 24 de maio e a Cia Artesãos do Corpo, São Paulo.

2007 (novembro) – Performance de ocupação de espaço Puntear na Pinacoteca Benedito Calixto na Bienal Internacional SESC de Dança em Santos.

2007 – Contemplada com o PAC (Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo) com o projeto de montagemPonto de Fuga.

2007 (junho) – Aprovação do Projeto Por fim, novas e repetidas através da Lei Rouanet.

2006 (agosto) – Performance de ocupação de espaço Intervenções no evento Som da Fábrica no SESC Pompéia, São Paulo.

2006 – Contemplada com o Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna com o projeto de pesquisa prática Puntear. Como parte dessa pesquisa, em 2007 realizou performances em diversos espaços não-convencionais em São Paulo, Piracicaba, Orlândia e Santos.

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