Três romances de três escritoras vencem a edição de 2019 do Oceanos – Prémio de Literatura em Língua Portuguesa

O Itaú Cultural e o Oceanos anunciaram, na manhã desta quinta-feira, 5 de dezembro, os vencedores da edição de 2019: os romances Luanda, Lisboa, Paraíso, da escritora portuguesa nascida em Angola Djaimilia Pereira de Almeida (Companhia das Letras Portugal e Brasil), Eliete, da portuguesa Dulce Maria Cardoso (Tinta da China, Portugal) e Sorte, da brasileira Nara Vidal (Moinhos).

“Nossa parceria com o Oceanos faz parte das ações do Itaú Cultural dedicadas à literatura, com o programa Conexões, as parcerias com IPL, FLUP, Flip, Bienais do Rio e de São Paulo, procurando apontamentos e indicativos para efetivas políticas públicas de leitura e criação literária ”, diz o diretor do Itaú Cultural, Eduardo Saron. “É preciso superar a distância entre o sujeito e a literatura. Como dizia Antonio Candido, a garantia aos direitos humanos está no acesso à arte e cultura e tem sua essência na leitura para o sujeito ter a capacidade de criar suas referências. Nesse sentido, um prêmio que une escritores e escritoras de todos os países de língua portuguesa é de extrema importância. Neste ano em que os livros vencedores foram escritos por mulheres do Brasil e de Portugal, uma delas de origem angolana, o Oceanos deu mais um passo adiante”, completa Saron. Nesta edição, o valor total da premiação foi aumentado de R$ 230 mil, em 2018, para R$ 250 mil. Compuseram o júri final dois portugueses – o poeta Daniel Jonas e o crítico literário Manuel Frias Martins – e três brasileiras – as escritoras Maria Esther Maciel e Veronica Stigger e a crítica literária Eliane Robert Moraes. O resultado pode ser acessado também no site www.itaucultural.org.br/oceanos. Aberta ao público, a cerimônia de anúncio dos vencedores contou também com um debate entre os jurados sobre o atual momento da literatura em língua portuguesa a partir dos 10 livros finalistas. A mediação ficou por conta dos jornalistas e curadores do prêmio, a portuguesa Isabel Lucas e o brasileiro Manuel da Costa Pinto. O Oceanos chega à 17ª edição com um número recorde de inscritos: 1.467 livros de 10 diferentes países, publicados por 314 editoras. Executado em três etapas de avaliação das obras, o prêmio contou, no primeiro júri, com 72 membros de cinco países para eleger os 53 autores semifinalistas: 33 brasileiros, 18 portugueses e dois angolanos. Do segundo júri, responsável pela seleção de 10 finalistas – cinco obras do Brasil, quatro de Portugal e uma de Angola –, participaram nove membros de três países. O prêmio é uma realização em parceria com o Banco Itaú, com a República de Portugal, por meio do Fundo de Fomento Cultural Português, e com a CPFL Energia, e conta com o apoio do Itaú Cultural, do Instituto CPFL e do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde, e com o apoio institucional da CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. 1º colocado – Luanda, Lisboa, Paraíso, de Djaimilia Pereira de Almeida Sobre a autora: Djaimilia Pereira de Almeida nasceu em Luanda, Angola, e cresceu nos arredores de Lisboa, Portugal. Além deste, é autora dos livros Esse cabelo, Ajudar a cair, Pintado com o Pé e A visão das plantas. Participou da programação oficial da Flip 2017. Considerações do júri: “Neste romance que narra o trajeto de pai e filho de Luanda para Lisboa – tendo como destino, em Lisboa, o ‘bairro de lata’ (favela) de Paraíso –, Djaimilia Pereira de Almeida compõe, através de linguagem viva, um relato sensível sobre as ilusões e desilusões do mundo pós-colonial.” 2º colocado – Eliete – A vida normal, de Dulce Maria Cardoso Sobre a autora: Dulce Maria Cardoso nasceu em Fonte Longa, Trás-os-Montes, Portugal, em 1964. Aos seis meses de idade mudou-se para Luanda, Angola, de onde retornou após a descolonização e com o início da guerra civil no país. Publicou, entre outros, os romances Campo de Sangue, Os meus sentimentos e O retorno, e os livros de contos Até nós e Tudo são histórias de amor. Considerações do júri: “Exílio existencial e solidão de uma mulher de classe média estão impressos neste romance acerca do tédio da sociedade contemporânea, do vazio da vida urbana e das redes sociais.” 3º colocado – Sorte, de Nara Vidal Sobre a autora: Nara Vidal nasceu em Guarani, Minas Gerais, em 1974, e vive em Londres desde 2001. É autora de diversos títulos infantojuvenis e do livro de contos A loucura dos outros. Sorte é seu primeiro romance. Considerações do júri: “Com uma linguagem austera, reduzida ao osso da palavra, o romance de Nara Vidal aborda a imigração para o Brasil no século 19 e a degradação da mulher em um ambiente marcado pela escravidão e pelo racismo.”

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