PEÇA O DESMONTE SERÁ LANÇADA EM LIVRO E GANHA NOVA TEMPORADA NA BIBLIOTECA MÁRIO DE ANDRADE


PEÇA O DESMONTE  NOVA TEMPORADA NA BIBLIOTECA MÁRIO DE ANDRADE

Apesar de jovem, Amarildo Felix chega à sua terceira publicação com o lançamento em livro do texto do monólogo O DESMONTE, que acontece no próximo dia 23 de março, sábado, a partir da 17 horas, na Biblioteca Mário de Andrade.

Para comemorar, a peça volta em cartaz para uma curta temporada no mesmo espaço, de 23 a 31 de março, sempre às 19 horas, com ingressos grátis. A publicação do livro foi realizada por meio do II Edital de Publicação de Livros da Cidade de São Paulo.


O DESMONTE será lançado pela editora Patuá e, segundo o próprio autor, mais do que um texto de teatro, ele se encaixa numa categoria de poesia épica, já que a peça pode ser considerada um grande poema épico. A história trata do término de uma relação que anuncia a chegada de tempos tristes. A melancolia paira sobre um apartamento na cidade, onde um homem vive sozinho avesso a amigos e a visitas.

No entanto, na madrugada de mais uma noite solitária, ele recebe uma visita inesperada: um rato aparece para destruir tudo e dar novo sentido à sua vida.


A peça estreou em 2018, no Sesc Consolação e teve temporadas também no Teatro Pequeno Ato, na Oficina Cultural Oswald de Andrade, além de ter circulado por algumas outras cidades e festivais, como o 9º Festival de Teatro de Mogi Guaçu (em que ganhou os prêmios de melhor ator, direção e espetáculo) e o 1º Festival Nacional de Teatro de Bolso de Brasília (prêmio de melhor ator).

A peça também foi indicada ao Prêmio Aplauso Brasil nas categorias dramaturgia, atuação, iluminação e produção idependente. 
Além do lançamento do livro, outros dois bate-papos estão programados: no dia 23, após a apresentação Amarildo e Vitor conversam com o público sobre o processo de criação do espetáculo. E, no dia 30, Amarildo tem uma conversa sobre o texto com os críticos de teatro Kil Abreu e José Cetra, também após o espetáculo. ]


Processo em conjuntoO espetáculo surgiu da parceria que o autor e diretor Amarildo Felix firmou com o ator Vitor Placca na Escola de Arte Dramática – EAD/ECA/USP, que ambos frequentaram, com a montagem Danton.5, adaptação de A Morte de Danton, de Georg Büchner. Desde essa época, a dupla discutia muito – o meio teatral também, sobre um teatro cada vez mais autoral, em que atores também assumissem dramaturgia e direção. 


Outra experiência de Amarildo acabou contribuindo para a criação de O DESMONTE: ele integrou o Núcleo de Dramaturgia Sesi British Council em 2014, quando escreveu Solilóquios, peça que também acabou sendo publicada (o seu primeiro livro, seguido de um outro título – SOTAQUE/SINTOMA – só poesias, pela Patuá). Enquanto isso, Vitor foi para o Centro de Pesquisa Teatral – CPT. Lá pode experimentar parte dos procedimentos criativos do ator desenvolvidos por Antunes Filho, tomando contato com seu método no ano de 2015. O desenvolvimento de uma dramaturgia do ator revelou-se o ponto central dessa experiência.
Foi juntando a experiência adquirida nesses dois espaços que a dupla se aprofundou nos conceitos experimentados para criar O DESMONTE,Desejosos do aprofundamento de tais experiências, a parceria de O Desmonte se efetiva pela experimentação de novas formas dramatúrgicas em diálogo com o processo criativo do ator, delimitando um jogo solo com o espectador.
Outra experiência de Amarildo que soma à criação de O DESMONTE é o seu curso de graduação em Psicologia na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP. “O texto perpassa alguns dos conceitos da psicanálise lacaniana e, nas temporadas anteriores, alguns espectadores conseguiram identificar isso também. O homem da história usa o rato como um instrumento para reavaliar toda a sua vida, movido muito pelo sentimento de luto próprio de um fim de relacionamento, buscando novos sentidos e porquês. Ele coloca no rato todo o sentimento de frustração que carrega dentro de si”, explica. 
A principal base de pesquisa para a construção da dramaturgia de O DESMONTE é a concepção de sujeito pela Psicanalise, mais especificamente a Psicanálise Francesa Lacaniana. Lacan (1901 – 1981) ao sentenciar para a imortalidade o aforismo “O inconsciente é estruturado como linguagem”, acabou por tirar de vez a Psicanalise do campo da Biologia e das Ciências Naturais colocando-a no âmbito das ciências humanas, mais especificamente no campo da Linguagem.
De uma visita a uma peçaAmarildo conta que “a própria história de como surgiu a ideia para escrever a dramaturgia de O DESMONTE, daria uma boa peça para o teatro”. O dramaturgo faz uma visita ao apartamento do ator e se depara com a seguinte cena: móveis fora do lugar, produtos de limpeza espalhados pelos cantos e frestas, cheiro forte. O ator, de vassoura em mãos, diz estar procurando um rato, que vem assaltando a casa nas madrugadas. E assim nasceu a fagulha inicial que resultaria na escrita do espetáculo. A partir da imagem inicial – um Homem em um apartamento tentando capturar um rato – outras ideias e imagens, outras possibilidades dramatúrgicas, outras camadas de interpretação foram surgindo.
A dramaturgia de O DESMONTE é carregada intencionalmente de lirismo, pois a Poesia seja talvez a manifestação artística que mais bordeja os fenômenos para além da linguagem, dentre eles o amor.
A poesia em cena também aparece por meio do auxílio da iluminação e as projeções (assinadas por Thiago Capella), que ganham um papel fundamental para a cena, atuando como um elemento fundamental para o entendimento da história. 

O DESMONTE – LANÇAMENTO DO LIVRO – Dia 23 de Março, às 17 horas, na Biblioteca Mário de Andrade. Temporada do espetáculo – De 23 a 31 de março, sábado e domingo, às 19 horas, no auditório da Biblioteca Mário de Andrade. Ingressos – Grátis (distribuídos uma hora antes de cada apresentação). Duração – 55 minutos. Recomendado para maiores de 14 anos.
Ficha técnicaDramaturgia e direção – Amarildo Felix. Atuação – Vitor Placca. Direção de arte – Antonio Vanfill. Iluminação – Thiago Capella. Produção – Gabrielle Araújo. Fotos – Letícia Godoy.
Biblioteca Mário de Andrade – Rua da Consolação, 94 – República. Telefone – (11) 3775-0002 / 0003. Capacidade – 115 lugares. 

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