Espetáculo teatral reflete o drama de migrantes e refugiados

Atualmente, estima-se que 258 milhões de pessoas vivem em um país diferente do seu nascimento. 106 milhões destes nasceram na Ásia e 25,9% do total de migrantes são refugiados. O Dragão Dourado, texto pouco encenado no Brasil, ao se debruçar sobre o tema, não o retrata de maneira realista. Pelo contrário: de modo altamente fragmentado e barulhento, expõe a vida de pessoas que se relacionam de alguma forma com o restaurante de comida chinesa, tailandesa ou vietnamita que dá nome à peça. A indiferença em relação a origem dos pratos é um dos emblemas tragicômicos da situação de apagamento a que migrantes são constantemente submetidos.

Além de retratar a vida dos cinco orientais que trabalham no restaurante, o autor faz uma brincadeira alegórica com o espectador através da fábula da Cigarra e da Formiga. Também narra situações da vida de outros moradores do prédio em que o restaurante se localiza: duas aeromoças, um piloto de avião, um jovem casal, um casal que se separa, um velho e sua neta e um comerciante, que fazem o espectador se confrontar com a desumanização de pessoas em situação de vulnerabilidade.

A montagem estreou no FRINGE, mostra paralela do Festival de Teatro de Curitiba, no início de abril, ficou em cartaz em São Paulo, no Inbox Cultural, entre abril e maio teve curta temporada em Campinas e Araras no meses de agosto e novembro, respectivamente e participou do Festival Satyrianas. Agora, chega à sede da Cia. Pessoal do Faroeste nos dias 30 de novembro e 01 e 02 de dezembro.  Ela apresenta o Coletivo Quartocê, formado por jovens atores da cidade de São Paulo.

O grupo mergulhou no desafio de se aprofundar no texto de Roland Schimmelpfennig, um dos mais importantes dramaturgos alemães contemporâneos. A sonoridade é caótica como o ritmo de trabalho dos cinco orientais. Os atores ajudam a compor a ambiência com vários objetos de cozinha. As cenas são divididas pelo soar de um gongo chinês. Na encenação, sem o recurso da coxia e de marcações, os performers estão o tempo todo no palco onde interpretam, narram, assistem e compõem os quadros. Aos poucos, as relações, as violências e os destinos de cada personagem são revelados.

 

Serviço

O DRAGÃO DOURADO

Tragicomédia, 90 minutos, classificação indicativa de +14 anos

Sexta Feira 30 de novembro às 20:30h, Sábado 01 de dezembro às 20:30h e domingo 02 de dezembro às 19:00h

Sede Cia Pessoal do Faroeste –

Rua do Triunfo, 301 – Metrô Luz

Estacionamento próximo: Sala São Paulo e Estação Pinacoteca

Entrada – contribuição voluntária, pague o quanto puder.

 

Ficha Técnica

Direção: Dagoberto Feliz

Elenco: Alice Guêga, Douglas Soares, Débora Balarini, Filipe Augusto, Laís Junqueira, Luiza Magalhães, Paula Ambar, Rosana Santesso, Vinicius Aguiar, Yonara Dantas

Dramaturgia: Roland Schimmelpfennig

Tradução: Marcos Barbosa

Iluminação: Juliano Veríssimo

Realização: Coletivo Quartocê

O DRAGÃO DOURADO (DER GOLDENE DRACHE)

Performing Rights S. Fischer Verlag GmbH, Frankfurt am Main, Germany.

 

Informações: coletivoquartoce@gmail.com

Instagram: http://instagram.com/coletivoquartoce

Facebook: https://www.facebook.com/coletivoquartoce/

Agradecemos desde já,

ATT.

Coletivo Quartocê

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